No outro dia dei por mim a questionar-me – O que faz de mim ser fotógrafo e ter um enorme prazer nisso?
Desde que me conheço que gosto de ir aos álbuns de fotografia e dissecar cada uma delas, reviver cada momento que ficou gravado naqueles pedacinhos de papel.
Mais tarde consegui ter uma câmara e ter o privilégio de poder registar os momentos que gostaria de eternizar.
Aquele que ama a vida sente um enorme impulso de registar esses momentos que lhe tocam particularmente no seu dia-a-dia.
Para o fotógrafo é um enorme prazer poder registar os momentos mais belos, o inatingível, a imensidão de uma paisagem ou registar um insecto na sua luta diária pela sobrevivência.
Poder partilhar a sua visão do mundo é uma forma de se expor, de expressar os seus sentimentos, de viver cada minuto intensamente.
A imagem está presente cada vez mais no nosso quotidiano, mas cabe ao fotógrafo não banalizá-la ou torná-la numa extensão do seu ego. Tem de nos causar surpresa, admiração, e gratidão pela pessoa que conseguiu tornar um momento banal numa memória singular. Estar atento a cada fração de segundo e eternizá-lo, tornado-o único é um exercício constante que nos faz viver cada segundo, cada inspiração como se fossem os melhores.