Decorria o ano de 2011 e tive o privilégio de fotografar este ser fantástico durante dias a fio.
Conhecia-lhe as rotinas, à hora combinada lá estava ela na sua luta diária pela sobrevivência, a procurar o alimento desse dia.
Havia uma árvore a uns escassos metros da ria, seu posto de observação, onde ela esperava pela maré ideal; então descia no seu voo planar até às água turvas e punha-se a dançar a sua dança preferida.
Eu já lhe conhecia os tiques e as manhas, esperava por ela, colocava a câmara na minha cara e ficava imóvel durante longos minutos só a observa-la.
Juntos esperávamos pelo peixe que, descuidado, passasse por ali. Este foi apenas um desses momentos entre tantos outros.
Tempos maravilhosos que nós passámos, nas manhãs deste canto da ria de Aveiro.
Hoje nada disso existe o Homem cortou a árvore, substituiu a vegetação por pedra e cimento e lá foi a minha amiga.
Branca, de seu nome, rompeu o contrato que tinha comigo, com muita pena minha. Emigrou para outro sítio mais tranquilo para conseguir a sua subsistência…