Alguns historiadores pensam que o barco Moliceiro, utilizado na ria de Aveiro para transporte de moliço, terá origem nos barcos Fenícios.
Os Fenícios, há cerca de 3500 anos, eram uma grande potência naval. Navegavam no Mediterrâneo e atravessaram o estreito de Gibraltar chegando às ilhas Britânicas.
Os seus barcos eram mais bem construídos do que os outros. Inventaram o birreme a quilha e o calafeto. Mais tarde gregos e romanos aprimoraram estas tecnologias navais.
Hoje o barco Moliceiro é considerado um barco singular, com algumas características similares aos dos Fenícios, que ainda navega nas águas da Ria de Aveiro.
Outrora foram barcos utilizados na apanha e transporte do Moliço, alga subaquática, hoje escaça nas águas da ria. Os canais, desde Ovar até Mira, eram “estradas” bastante movimentadas com centenas de moliceiros transportando esta alga, sustento de milhares de pessoas da região. No Moliceiro viviam os moliceiros, dois homens por barco, apanhando o moliço, desde Agosto a Fevereiro. Esta alga era utilizada pelos agricultores na fertilização dos terrenos da região.
A embarcação tem cerca de 15m de comprimento por 2,5m de largura, e demorava cerca de 25 dias a ser construído por 2 homens. Embarcação que ainda hoje é decorada na proa e na ré por pinturas que retratam as vivências das gentes da região.
Hoje em dia com a alga em extinção, as embarcações levaram o mesmo rumo. Resistem ainda servindo como embarcações de recreio, levando os turistas nos canais da ria de Aveiro até à Murtosa.
Ex-líbris da região é considerado uma das mais bonitas embarcações lagunares. Candidato a património mundial em 2022 pela sua beleza, particularidade e pela sua importância na vida e economia da região.